sábado, 11 de junho de 2011

Adutora atrasada há 4 anos

Orós Após quatro anos de atraso para conclusão, a adutora de 18Km entre as cidades de Orós e o Distrito de Feiticeiro, em Jaguaribe, ainda apresenta alguns defeitos e há necessidade de medidas corretivas. A obra só foi recebida provisoriamente pelo Estado e não há data prevista para inauguração. O serviço de conserto do mirante e da urbanização da área próxima à válvula dispersora do Açude Orós foi concluído e tornou-se um novo atrativo para os turistas.

No próximo dia 14, diretores da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Superintendência de Obras Hidráulicas do Estado (Sohidra), da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e da construtora vão definir as medidas corretivas que precisam ser feitas para conclusão definitiva da obra. No fim do ano passado, houve testes e transferência de água para o Açude Feiticeiro, mas algumas placas se soltaram e houve alguns problemas de pressão e em alguns trechos do canal o sistema de drenagem apresentou deficiência.

A adutora tecnicamente é denominada de eixo de integração Orós - Feiticeiro. O diretor de Águas Superficiais da Sohidra, Antônio Madeiro de Lucena, esclareceu que os problemas são simples e localizados e prevê que em 60 dias as medidas corretivas estarão concluídas. "Queremos encerrar as pendências o mais rápido possível", disse. "A obra está praticamente pronta e os testes mostraram que funcionou bem".

Recebimento

Após o conserto das falhas, a Sohidra dará o termo de recebimento em definitivo da obra. A construtora responsável pela construção da adutora também já fez o conserto do mirante localizado próximo a válvula dispersora. O projeto arquitetônico inclui uma praça e tem por objetivo reduzir o impacto causado pela implantação da obra (a rede de tubos e a casa de bombas) e oferecer aos visitantes um novo atrativo.

Em 2009, a abertura da válvula dispersora, numa vazão de 5 metros cúbicos por segundo, provocou estrago na obra de urbanização. O primeiro material utilizado não foi o adequado, cobertas de plástico, madeira e cordas que se estragaram com facilidade em contato com a água antes mesmo de ser inaugurada. Foram feitas modificações, com a implantação de uma nova passarela.

O diretor de Operações da Cogerh, José Ricardo Dias Adeodato, explicou que a obra ainda não foi repassada pela Sohidra para a gestão de transferência de água e serviços de manutenção do canal de transposição. "Fizemos no fim do ano passado treinamento com uma equipe, mas o gerenciamento em definitivo só será feito após a correção das pendências", esclareceu. "O nosso papel será de gerenciamento e se houver necessidade de transferência de água no decorrer do segundo semestre deste ano, com certeza, será feita".

Eixo localizado

Adeodato esclareceu que a adutora não integra o grande sistema do Rio Jaguaribe, que é abastecido pela válvula dispersora do Açude Orós. Frisou que é uma obra importante, mas que é um eixo localizado, até o distrito de Feiticeiro.

Para o Governo Federal, a adutora faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional, embora o Rio Jaguaribe, um dos principais afluentes do Açude Orós, não seja beneficiado pela transposição das águas do Velho Chico, até o encontro com o Rio Salgado, que fica após o reservatório no Município de Orós.

A adutora vai permitir a transferência das águas do Açude Orós para os açudes Croatá, Pedras Brancas, Córrego das Pedras e Feiticeiro. A obra beneficiará uma população estimada em 20 mil pessoas dos distritos Feiticeiro e Nova Floresta, além de outras localidades rurais, no Município de Jaguaribe. A população dessas duas comunidades vive a expectativa de funcionamento do eixo, que vai permitir a perenização do Vale do Feiticeiro, abastecimento humano, animal e a irrigação de culturas agrícolas. A conclusão da obra é esperada com expectativa desde 2007 pelos moradores das localidades beneficiadas com o canal de transposição, em particular o Distrito de Feiticeiro, na zona rural de Jaguaribe.

Fique por dentro
Estação de captação

O projeto de recursos hídricos entre Orós e Jaguaribe prevê uma vazão de 1,4 metros cúbicos por segundo. O eixo tem uma estação de captação (casa de máquina com duas turbo-bombas para tomada de água), um trecho de 3.600 metros de adução por bombeamento, 14.500 metros por gravidade por meio de canais abertos e sifões para travessias de trechos de estradas e riachos. A Adutora Feiticeiro é uma das obras que integra a transposição do São Francisco, segundo aponta o Governo Federal.

MAIS INFORMAÇÕES
Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra)
(85) 3101. 4706; Escritório da Cogerh em Iguatu, (88) 3581.0800

Diário do Nordeste
Honório Barbosa
Repórter

CONTRAPARTIDAS
Convênio assegurou projeto em 2005

Ministério da Integração Nacional e Governo do Estado firmaram parceria para viabilizar a obra

Orós O convênio para a construção da adutora Orós - Feiticeiro foi assinado em dezembro do ano de 2005, numa parceria entre o Ministério da Integração Nacional (MIN) e o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH). O valor inicial foi orçado em quase R$ 30 milhões.

A maior parte de recursos da obra foi liberada pelo Ministério da Integração e há uma contrapartida de quase R$ 3 milhões do Estado. A construtora Galvão Engenharia é a responsável pela implantação do eixo de integração Orós a Feiticeiro.

Conforme o projeto técnico da obra, os canais de transposição, na maior parte do trecho de 18Km de extensão, margeiam a rodovia CE-153, entre a cidade de Orós e a localidade de Nova Floresta, em Jaguaribe. São 3.600 metros de adutora em rede dupla de tubos de 700mm. Na maior parte do trecho, a água escorre por gravidade e em canais de terra.

Canais com sifões

Além da estação de bombeamento ao lado da válvula dispersora na parede do Orós, há 11 canais entrecortados por sifões para permitir a passagem da rodovia e vencer depressões.

A água do Orós irá para o Açude Feiticeiro, que foi construído pelo Governo Federal na década de 1930, em período de intensa seca que castigava o sertão cearense.

O governador Cid Gomes, logo no início do primeiro governo, visitou a obra e esperava inaugurá-la na primeira gestão. Após conhecer o projeto, determinou a construção de um mirante e de uma praça no entorno da casa de bombas para amenizar o impacto causado pelos tubos em linha dupla próximo à válvula dispersora.

Mirante

A obra de urbanização oferece aos visitantes um novo atrativo. Do mirante, construído em três pavimentos, é possível admirar o espetáculo da queda d´água da sangria do Orós e do véu espesso da válvula dispersora. A vista é privilegiada.

O fim de tarde com o pôr do sol sobre as águas do Açude Orós é convidativo para os casais de namorados.

Desde o mês passado, em decorrência da sangria do reservatório, aumentou o número de visitantes e o acesso ao mirante da válvula passou a ser um dos pontos preferidos pelos turistas. O local se transformou em um novo ponto de lazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário