quarta-feira, 2 de setembro de 2015

FIM DA INCLUSÃO DIGITAL: AUMENTA IMPOSTOS SOBRE ELETRÔNICOS

O Governo Federal alterou uma série de tributos com o objetivo de aumentar a arrecadação. As modificações foram publicadas ontem no Diário Oficial da União e afetam entre outros, eletrônicos, vinhos e destilados. As medidas fazem parte do esforço do Executivo em reduzir o déficit do orçamento para 2016 e começam a valer a partir de 1º de dezembro.

Computadores, smartphones, notebooks, tablets, modens e roteadores que eram isentos de PIS/Cofins, passam a pagar alíquotas que variam de 3,65% a 9,25%. É o fim da isenção promovida pelo Programa de Inclusão Digital criado em 2005. À época, ele foi criado para combater o “mercado cinza” – conhecido pela comercialização de equipamentos contrabandeados.

A expectativa da União é arrecadar R$ 6,7 bilhões em 2016 com a elevação de tributos dos eletrônicos. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) calcula que os preços dos eletrônicos subam até 10% em dezembro.

“O grande prejudicado será o consumidor, para quem a isenção do PIS/Cofins é totalmente repassada. A indústria, por sua vez, continuou recolhendo o tributo”, destacou o presidente da Abinee, Humberto Barbatto.

Ele ressalta que, antes do programa de inclusão digital, contido na Lei do Bem, os montadores ilegais de computadores detinham 73% das vendas no País. Com a vigência da lei, a participação dos equipamentos comercializados no mercado cinza é hoje inferior a 20%.

O mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Coimbra reforça que, somado às alterações das alíquotas de PIS/Cofins, a elevação do dólar encarecerá o preço para o consumidor final. “Os produtos sofrem não somente pela carga de tributos, mas também pela mudança no câmbio. Haverá uma retração do consumo desses bens”.

Além desses tributos a medida estabelece o fim da isenção do IOF sobre empréstimos do BNDES e a tributação diferente sobre direitos autorais e de imagens. A presidente Dilma Rousseff sancionou ainda a lei que revê a desoneração da folha de pagamento e aumenta as alíquotas sobre a receita bruta das empresas, com veto ao trecho que previa alíquota diferenciada -de 1,5%- para o setor de vestuário.
  
Vinhos e destilados

Com o novo modelo de tributação, as bebidas terão alíquotas de IPI que variam entre 10% e 30% sobre o preço da garrafa na indústria ou importador. O grupo compreende vinhos, espumantes, uísques, vodcas, cachaças, vermutes entre outros. A arrecadação deve girar em R$ 1 bilhão.
Hoje, a cobrança nesses produtos é complexa. Eles são enquadrados em categorias, de A a Z com tributação fixa de R$ 0,14 a R$ 17,39, valores congelados desde 2008. Nos uísques importados oito anos, o tributo era de R$ 9,83 e de R$ 17,39 nos uísques mais caros. Agora, todos pagam 30%. (Com Folhapress)

Saiba mais

 Artistas e atletas

A alta de tributos para impulsionar a arrecadação do Governo Federal vai atingir também atletas, escritores e artistas que abriram empresas para receber direitos autorais e de imagem.

Base de cálculo

A partir de 1º de janeiro de 2016, a Receita Federal vai mudar a base de cálculo para tributação desses ganhos. Hoje, há um abatimento de 68%. Ou seja, o IRPJ e a CSLL, de 34% no total, só incidem sobre 32% do lucro dessas empresas.

Cobrança


Com a mudança, a cobrança se dará sobre 100% do ganho referente a direitos autorais e de imagem (o restante do lucro, se houver, continua com a regra anterior.

O POVO

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